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quinta-feira, 15 de fevereiro de 2018

ENVENENAMENTO E CURA


Somos vítimas de envenenamento a partir do momento em que deixamos o ventre de nossas mães. Ou, porque não dizer, até mesmo nos momentos em que lá habitamos. E não estou me referindo à alimentação ou ingestão de coisas pela matéria, mas sim, pela alma, pelo espírito.
As negatividades que nos circundam, os maus fluídos, as falsidades e as incorreções de caráter à nossa volta certamente são doses fortes de um veneno que, aos poucos, vai prejudicando, sufocando e maltratando aquilo que realmente somos: seres de luz!
Esse não é um texto de autoajuda, mas sim de palavras de constatação.
No seio familiar temos os exemplos que moldam nossa educação, nossa personalidade, nosso caráter. Quando crianças, ouvimos a palavra “não” infinitamente mais do que a palavra sim, pois necessitamos ser corrigidos em nossas atitudes, a fim de que saibamos o que é melhor para nós e também o mais adequado para que vivamos em sociedade.
Mas somos quem somos, temos o nosso espírito, que é atemporal, e com o tempo vamos criando um filtro e um senso do que é correto ou não, adequamos os ensinamentos na medida daquilo que entendemos por ser justo e certo.
A bagagem que trazemos a cada vez que visitamos o plano material também nos norteia, tendo algum peso durante o processo que nos molda.
É certo que em algum momento, aquela frase “faz o que eu digo mas não faz o que eu faço” ganha sentido em nossas vidas, especialmente ao analisarmos conselhos e atitudes de pessoas que nos são caras e próximas. Percebo que a decepção é algo inevitável em nossa trajetória. E precisamos entender que ela só existe porque tem origem em algo de incorreto que percebemos nas atitudes de alguém que amamos, nas imperfeições daqueles a quem queremos bem. Aquelas pessoas pelas quais não temos apreço não nos causam decepções.
E assim vamos indo... nos envenenando aos poucos, com essas decepções, com as traições, com os maus exemplos, com os infortúnios de nossa humanidade!
A falta de atenção e o desamor nos envenenam, nos tornando mais duros e ásperos, angustiados, aflitos e carentes, sujeitos a cada vez mais armadilhas do destino e, consequentemente, a novos cálices de veneno.
Falsas amizades nos tornam desconfiados e céticos, muitas vezes nos deixando incapazes de confiar novamente. Esse é um dos piores envenenamentos, sendo a amizade essencial para o ser humano e sua evolução. Sem amigos, pouco somos...
Durante nossa caminhada terrena somos envenenados diariamente: fartas e pesadas doses de cobiça, preguiça, desleixo, ódio, conflitos, inveja, luxúria, ganância, mentiras, rivalidade, incoerência, etc, etc, etc.
Contudo, o processo evolutivo tem sua sabedoria. Aqueles que conseguem vencer essas barreiras acabam se tornando imunes a esses envenenamentos. Ou, pelo menos, amenizam seus efeitos, pois o veneno tem em si o remédio, e o sofrimento traz em si a redenção.
Um coração machucado definitivamente se torna mais qualificado para amar, e acaba sendo preenchido por quem realmente merece, por aquilo que efetivamente lhe faz bem: o amor.
Acabamos aprendendo a valorizar as verdadeiras amizades, entendendo que esse é um sentimento que deve ser cultivado e priorizado sempre em qualidade, e não em quantidade.
A vida acaba nos ensinando a driblar as armadilhas, a diferenciar o certo do errado, ainda que através da dor. E as cicatrizes que ficam nos lembrarão de nossas vitórias, de como somos fortes e capazes de lutar por aquilo que realmente vale a pena.
Somos envenenados sim, dia após dia. E esse envenenamento é a nossa cura.
Cada sorriso verdadeiro é a cura para o veneno da tristeza. Cada abraço sincero é um tratamento contra a falsidade. Cada gota de amor compartilhada é um pouco de cura para tudo de ruim que existe nesse mundo tão maravilhoso e ao mesmo tempo tão difícil de ser vivido.
Somos seres de luz. Portando, a cura para todos os males está em nós, no amor que possuímos e na capacidade que temos de absorver os venenos do mundo, os transformando em bênçãos para nós e para todos aqueles que amamos.
Sorria, cante, dance e agradeça pelos dias vividos e por aqueles que ainda virão, pois tudo que é ruim há de passar. No fim, restarão somente as coisas boas. Todo fel será transformado em paz. Basta escolhermos o caminho do bem, que é a cura para todos os males.
Eu creio! E tu?
Caine Teixeira Garcia
Imagem: autor desconhecido/Google

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