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segunda-feira, 26 de junho de 2017

FELIZ PELOS OUTROS

Qual foi a última vez em que nos sentimos bem com o sucesso, com a vitória e com a prosperidade do outro? As batalhas vencidas por um amigo são capazes de nos emocionar, de nos alegrar e de despertar em nós um sentimento de felicidade? A conquista de outras pessoas nos motiva, eleva nosso grau de bem estar e a capacidade de disseminar o bem?
Temos enviado energias positivas aqueles que nos cercam e aos que travam embates que talvez não tenhamos sequer a coragem de tentar?
Compartilhamos de forma saudável as boas novas que chegam de terceiros? Temos tido um olhar aprovador aqueles que buscam incansavelmente seus sonhos e persistem na luta por seus ideais?
Nossa palavra tem sido incentivadora a quem muitas vezes precisa apenas de um simples gesto de amizade e empatia para não desistir?
Temos trabalhado nosso lado humano, solidário e fraterno, ou temos sido parceiros somente nas derrotas, nas tristezas e nos fracassos? Afinal, como disse Giovanni Boccaccio, "apenas a miséria é sem inveja".
Vacine-se contra a inveja (a sua própria). A felicidade sorri aos que são capazes de admirar e torcer pelo próximo.
Que possamos alimentar a parte de nós onde habita o amor, o companheirismo e a bondade. Que possamos render homenagens aos triunfos alheios.
E que a inveja e todo o mal morram de inanição.
Amém!

terça-feira, 13 de junho de 2017

O QUE TEMOS TATUADO EM NOSSOS CORAÇÕES?



O caso do garoto que teve sua testa tatuada com a frase “sou ladrão e vacilão”, é surreal. Tanto pela brutalidade do ato praticado, quanto pelo lado das reações da sociedade à situação.

Confesso que custei um pouco a assimilar o fato, e emitir uma opinião é quase como cair numa “pegadinha”, tendo em vista a insegurança que nos cerca, que nos oprime e nos ameaça em nosso cotidiano. Algo do tipo, e se fosse contigo?

Pois é, faz a gente refletir. Mas, se fosse comigo, certamente eu não teria aquele atitude covarde, não teria praticado tal prevalecimento, coisas que a gente só vê serem feitas por indivíduos que atuam em organizações criminosas.

Não há como se afastar dos fatos e do que efetivamente ocorreu: a prática de um crime. E não falo aqui da suposta tentativa de furto da bicicleta, mas sim do ato praticado pelo tatuador e seu cúmplice. Sim, exatamente. O que os dois supostos “novos heróis” fizeram é crime. Simples assim. Basicamente, tortura. Além de outras práticas indecentes e penduricalhos criminais que podem ser acostados ao fato.

Existe uma larga diferença entre legítima defesa e o que os dois “cidadãos” fizeram ao rapaz.  Justiça com as próprias mãos? Com certeza, não. Um ato de crueldade apenas. Uma reação totalmente desproporcional, fora de qualquer parâmetro de humanidade. A desproporcionalidade é tanta que sequer cabe comparar à “Lei de Talião”. Foi um ato de banditismo mesmo. Impensado? Talvez. Ou com certeza. O problema é que os resultados desse momento “justiceiro” somente serão apagados com procedimentos cirúrgicos, através de muita dor, num caminho largo de diminuição e humilhação daquele que passou de meliante à vítima. Para alma, talvez indeléveis.

Eu mesmo sou defensor de reações fortes em casos de crimes bárbaros, mas me permito dizer que esse não era o caso.

Vejam quanto há de inutilidade, descabimento e maldade contidos nesse crime inusitado. A “animaleza” e frieza dos criminosos é chocante. Houve tempo para arrependimento, para repensar a atitude. Mas eles seguiram adiante.

É impossível para um ser humano que possui um mínimo de bom senso e bondade no coração, permanecer inerte ao fato e não se comover com tamanha crueldade e prevalecimento.

A sociedade necessita, com certeza, de mais empatia. Os argumentos de que estamos fartos de impunidade, de injustiças e tudo mais, não cabe nesse caso. Não há desculpas para a barbárie.

Até mesmo porque muitas dessas pessoas que assim argumentam, não são exemplos de honestidade, de retidão de caráter ou hombridade. Nesse sentido, vi uma charge muito feliz acerca do assunto (não sei o autor) em que pessoas defendiam esse ato horrendo, enquanto em suas testas estavam tatuadas sentenças como: “eu desvio TV a cabo”, “eu compro fiscais”, e por aí vai.

Vejam o quanto é complexo e distorcido o senso de correção das pessoas. Os valores estão invertidos, as coisas estão literalmente fugindo ao controle.

Atitudes e crimes como esse estão muito, mas MUITO à margem de uma sociedade que busca ser mais justa, equilibrada e igualitária. Na verdade, estão totalmente na contramão do que devemos cultivar e praticar em nosso dia a dia.

Como pai de família e cidadão, entendo a revolta mediante tudo que vemos de errado todos os dias.

Mas como ser humano e defensor do Direito e dos direitos das pessoas, tenho a mais ABSOLUTA CONVICÇÃO de que este não é o caminho a ser trilhado. Mais do que isso, creio que nossos conceitos devem ser repensados com urgência, especialmente em um momento tão conturbado e incerto como este em que estamos vivendo, imersos em questões tão preocupantes e nada promissoras.

Colocar-se no lugar do outro é necessário, para que possamos conter nossos ânimos e instintos mais injustos, vergonhosos e irracionais.

Sejamos defensores dos nossos direitos, ávidos em proteger e auxiliar os nossos, proativos e atuantes, contestadores e bravios. O mundo realmente precisa disso. Mas não ultrapassemos a linha do aceitável, do correto. Guardemos as devidas proporções e a medida da justiça em nossas reações e atos. Que nossas mãos estejam limpas... que nossa consciência permanece leve.

Afinal, o que temos tatuado em nossos corações?



Bagé, 13/06/17

Caine Garcia




sexta-feira, 9 de junho de 2017

A FELICIDADE... SEMPRE ELA!


A felicidade está sempre à nossa volta, nos rodeando, nos cortejando, nos "desejando". O grande problema é que às vezes insistimos em não escutar a sua voz, fechando os olhos, a mente e o coração para tudo aquilo que ela tem para nos oferecer. Hoje em dia é quase um consenso que a felicidade está na simplicidade do cotidiano, em meio à toda a sua complexidade. Está num convite inesperado,na calmaria e na paz do coração... ou na tempestade de um desejo, numa atitude de coragem, no ficar e no partir. Reside, inexoravelmente, num ato fraterno e de solidariedade. Transita entre o desapego e a permanência...
Alguns afirmam que a felicidade é feita de escolhas. Eu defendo que a felicidade é A ESCOLHA. É preciso escolher ser feliz, apesar de tudo.
Creio mesmo que seja assim. A felicidade habita nossa existência, acompanha os nossos dias, está no seio de nossa história... paira no plano de nosso (s) mundo (s).
Aprendi que é preciso que tenhamos uma certa disciplina no sentido de mantermos os nossos olhos abertos, o coração desarmado e nossa mente receptiva, a fim de que possamos efetivamente compreender e bem receber essa tal felicidade. Que é NOSSA. Que foi criada para nós. E que, sem a nossa aceitação, perde totalmente o sentido.
Se é fácil estar com ela e vivenciá-la? Com certeza, não! Ou, talvez sim! Depende única e exclusivamente da gente.
A correria do dia a dia, os (maus) costumes e o hábito de não valorizar aquilo que está ao nosso alcance, acaba por nos "doutrinar" de forma totalmente incorreta.
Mas o esforço é válido, e certamente muito compensador. Afinal, o objetivo de cada um de nós não é "simplesmente" ser feliz?
Então, corramos atrás desse objetivo. E que ele aconteça. Mesmo que de forma passageira, ainda que não seja num tempo definitivo, pois certamente é melhor viver "parceladamente" de momentos grandiosos e plenos de felicidade do que SOBREVIVER imerso em tristezas e desencantos permanentes.


Imagem: Google imagens, sem autoria