As pessoas estão horrorizadas com
os imbecis, mas eles sempre existiram. Desde que o mundo é mundo eles andam por
aí, num trabalho ferrenho de imbecilizar tudo. A diferença é que hoje a
imbecilidade está globalizada, por conta do advento das redes sociais. Como
diria Umberto Eco, eles ganharam voz. E vez. E realmente são legiões.
Tem muito imbecil que aproveitou
essa questão inerente as redes sociais para disseminar seus pensamentos
ilógicos, em busca de mais imbecis. E eles conseguem. Muitos são formadores de
opinião. Alguns já contam arregimentaram exércitos seu favor, o que chega a dar
um pouco (ou muito) medo.
Alguém poderá perguntar como eles
conseguem essas façanhas, afinal, são imbecis. Sim, mas um imbecil de raiz é
alguém que se aperfeiçoou nisso. É mais ou menos como se essa pessoa possuísse
um curso avançado, uma pós-graduação em imbecilidade. Quem passa a vida sendo
imbecil, acaba adquirindo maestria nisso.
Os grandes imbecis chegam a ser
doutrinadores. A história antiga e recente nos mostra isso. E, nesse momento
atual em que vivemos, eles são profissionais em sua arte. Estão sempre à
espreita, sempre bolando uma forma de praticar sua maldade, destilar seu
veneno, de aprofundar a humanidade em suas chagas.
O imbecil faz parte de uma
categoria da humanidade que prejudica tudo, uma vez que são capazes de possuir
diversas aptidões para coisas nada admiráveis, como egocentrismo, vaidade,
inveja, pessimismo (ou otimismo exagerado), poder de destruição, intolerância, mania
de perseguição, paranoia, etc, etc, etc.
Imbecis vencem pautas e debates no
“cansaço”, pela experiência que possui em ser imbecil. Ou na truculência e
imposição. Simples assim.
Um imbecil motivado é perigo
dobrado.
Essas criaturas possuem uma característica
muito peculiar, que é simplesmente ignorar que imbecis ou, ainda, acreditarem
ser intelectuais, facilitadores de qualquer coisa, agilizadores, precursores, salvadores
em potencial.
Eles não se aperfeiçoam do nada,
pois seguem um roteiro próprio e de sucesso, mantém uma tática, uma prática quase
que cotidiana, ou seja: são imbecis quase que em cem por cento do tempo de suas
vidas.
Já disse Oscar Wilde: “Os loucos
às vezes se curam, os imbecis, nunca!”
É fato: eles existem em grande
quantidade. Inevitavelmente, em algum momento, eles cruzam – ou entram – em nossas
vidas. Não há muito o que fazer. A não ser, resistir.
Sim, é preciso resistir. Se não o
fizermos, o mundo, que já é comandado por imbecis, vai ser completamente
destruído por eles, bem antes do que imaginamos.
Eu sei, não é fácil combater a
imbecilidade sem imbecilizar-se.
Mas é preciso.
Precisamos ser mais producentes,
mais combativos, mais realizadores, mais vivos.
Precisamos ser mais. Temos sido
mais? Temos combatido a ignorância, a intolerância, ou o mal mesmo, com ideias
inovadoras, com atitudes que modifiquem contextos e prognósticos desfavoráveis
ao bom senso e à razão?
Se a resposta for não, o que nos
diferencia mesmo dos imbecis?
Com certeza, é preciso reflexão
sobre esse assunto.
Contudo, talvez seja bom ignorarmos
esse texto. Afinal, eu posso ser um imbecil, não é mesmo? E tu?
Será que é a nossa vez?