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sexta-feira, 10 de fevereiro de 2017

A VEZ DOS IMBECIS



As pessoas estão horrorizadas com os imbecis, mas eles sempre existiram. Desde que o mundo é mundo eles andam por aí, num trabalho ferrenho de imbecilizar tudo. A diferença é que hoje a imbecilidade está globalizada, por conta do advento das redes sociais. Como diria Umberto Eco, eles ganharam voz. E vez. E realmente são legiões.
Tem muito imbecil que aproveitou essa questão inerente as redes sociais para disseminar seus pensamentos ilógicos, em busca de mais imbecis. E eles conseguem. Muitos são formadores de opinião. Alguns já contam arregimentaram exércitos seu favor, o que chega a dar um pouco (ou muito) medo.
Alguém poderá perguntar como eles conseguem essas façanhas, afinal, são imbecis. Sim, mas um imbecil de raiz é alguém que se aperfeiçoou nisso. É mais ou menos como se essa pessoa possuísse um curso avançado, uma pós-graduação em imbecilidade. Quem passa a vida sendo imbecil, acaba adquirindo maestria nisso.
Os grandes imbecis chegam a ser doutrinadores. A história antiga e recente nos mostra isso. E, nesse momento atual em que vivemos, eles são profissionais em sua arte. Estão sempre à espreita, sempre bolando uma forma de praticar sua maldade, destilar seu veneno, de aprofundar a humanidade em suas chagas.
O imbecil faz parte de uma categoria da humanidade que prejudica tudo, uma vez que são capazes de possuir diversas aptidões para coisas nada admiráveis, como egocentrismo, vaidade, inveja, pessimismo (ou otimismo exagerado), poder de destruição, intolerância, mania de perseguição, paranoia, etc, etc, etc.
Imbecis vencem pautas e debates no “cansaço”, pela experiência que possui em ser imbecil. Ou na truculência e imposição. Simples assim.
Um imbecil motivado é perigo dobrado.
Essas criaturas possuem uma característica muito peculiar, que é simplesmente ignorar que imbecis ou, ainda, acreditarem ser intelectuais, facilitadores de qualquer coisa, agilizadores, precursores, salvadores em potencial.
Eles não se aperfeiçoam do nada, pois seguem um roteiro próprio e de sucesso, mantém uma tática, uma prática quase que cotidiana, ou seja: são imbecis quase que em cem por cento do tempo de suas vidas.
Já disse Oscar Wilde: “Os loucos às vezes se curam, os imbecis, nunca!”
É fato: eles existem em grande quantidade. Inevitavelmente, em algum momento, eles cruzam – ou entram – em nossas vidas. Não há muito o que fazer. A não ser, resistir.
Sim, é preciso resistir. Se não o fizermos, o mundo, que já é comandado por imbecis, vai ser completamente destruído por eles, bem antes do que imaginamos.
Eu sei, não é fácil combater a imbecilidade sem imbecilizar-se.
Mas é preciso.
Precisamos ser mais producentes, mais combativos, mais realizadores, mais vivos.
Precisamos ser mais. Temos sido mais? Temos combatido a ignorância, a intolerância, ou o mal mesmo, com ideias inovadoras, com atitudes que modifiquem contextos e prognósticos desfavoráveis ao bom senso e à razão?
Se a resposta for não, o que nos diferencia mesmo dos imbecis?
Com certeza, é preciso reflexão sobre esse assunto.
Contudo, talvez seja bom ignorarmos esse texto. Afinal, eu posso ser um imbecil, não é mesmo? E tu?
Será que é a nossa vez?