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sábado, 15 de julho de 2017

SÓ O TEMPO ENSINA

Só o tempo ensina algumas lições importantes:
- que saber dizer não, muitas vezes é melhor do que falar sim, tanto para quem diz quanto para quem recebe;
- que vale a pena pensar bem antes de falarmos certas coisas (ainda que estejamos certos), pois a palavra é uma flecha que após ser lançada, certamente irá atingir sentimentos, para o bem e para o mal;
- que paixão e amor podem coexistir, mas não são a mesma coisa;
- que apesar da beleza física sempre encantar aos olhos, é preciso muito mais para cativar a alma e o coração;
- que a pele enrugada, o corpo franzino e os cabelos brancos carregam consigo as belezas da existência;
- que na vitória muitos estarão ao nosso lado, apesar da maioria não ter participado da caminhada e nem compartilhado de nossas lutas;
- que um abraço sincero tem o poder de salvar pessoas - e vidas - de um dia ruim;
- que a inveja habita onde menos esperamos, vivendo à espreita e torcendo contra nós. Às vezes está tão próxima, que é capaz de usar o disfarce da admiração e do zelo com perfeição, a ponto de ser cultivada;
- que nossos pais são nossos melhores amigos e nossos filhos o maior tesouro...e que nossa família é uma benção indescritível;
- que não ter um número de amigos "de fé" que preencha duas mãos (às vezes uma), não é questão de pessimismo, e sim, uma dura realidade;
- que não seremos amados ou sequer bem quistos por todos e que o mundo, além de imprevisível, é implacável;
- que teremos dias péssimos, com derrotas amargas... cairemos...e teremos de passar por isso muitas vezes sozinhos. O comércio vai funcionar, o noticiário vai acontecer, os vizinhos irão viajar e todas as pessoas seguirão suas vidas normalmente enquanto sofremos. Apesar de frustrante, isso fará com que levantemos ainda mais fortes;
- que há momentos em que é bom - e necessário - partir e, certamente, é ótimo ter para onde voltar. Contudo, aproveitar a jornada talvez seja o grande segredo e a maior sacada de todas;
- que não é mentira ou enganação: a felicidade realmente está nos detalhes, nas pequenas coisas. Uma canção com memórias antigas, um doce com cheiro de infância, um olhar de aprovação e cumplicidade, um chimarrão ao sol, um abraço ao entardecer... Um sorriso carregado de puro amor;
- que a saúde é uma dádiva, e desperdiçá-la não é somente uma tolice, é também uma afronta a tantos que oram por mais um dia junto aos seus;
- que viver vai muito além de existir, e que a  solidariedade e a gratidão são sentimentos transformadores, com os quais somos capazes de realizar verdadeiros milagres;
- que é preciso sonhar muito, realizar sempre e amar infinitamente. Somos perfeitamente capazes de moldar nossos destinos e auxiliar ao próximo, das mais variadas formas possíveis;
- que Deus existe sim, mas não em templos de cimentos, em imagens repletas de ouro ou nas palavras vãs de falsos profetas. Deus vive em nós. Precisamos aprender, cada vez mais, a agir com amor e fraternidade e, aí sim, Ele estará em todos os lugares e será, definitivamente, Onipresente.
Há algo no fim do arco-íris, para cada um de nós. E lá encontraremos os frutos do que semeamos em nossa trajetória. Ouro ou lata... Mel ou fel...dor ou amor... Simples assim....


segunda-feira, 3 de julho de 2017

QUANDO UM AMOR SE VAI



Quando um amor se vai, parte com ele o bom dia e todo ânimo sucumbe, negligenciando os apelos da alma, apesar do aroma reconfortante do café... os dias se tornam nublados, antes mesmo do sol raiar. Correr na chuva já não tem mais graça, e a mão que pegava a outra ressente-se do frio, ao caminhar sozinha...
Quando um amor se vai, as bicicletas são entregues ao pó das garagens e as praças que abrigavam tardes de chimarrão, se tornam lugares chatos para pessoas desocupadas...
Quando um amor se vai, fecham-se as portas dos cinemas e a nossa memória lamenta o gosto da pipoca e do sorvete... e dos beijos... não há mais tempo para olhar vitrines à toa, não há mais sentido em lanchar na rua ou em achar graça dos próprios sapatos...
Quando um amor se vai, as ruas ficam estreitas, os sonhos ficam amargos, as noites são mais escuras... o entardecer se torna enfadonho, chegando a ser ofensivo... as estrelas não são mais poemas, a lua perde a beleza e a madrugada é só mais um fardo...
Quando um amor se vai, os livros são poços profundos, as palavras perdem o sentido e toda música é um punhal... cada lembrança é um tiro dilacerante, não há piedade, e toda injustiça se faz... o olhar não encontra abrigo...
Quando um amor se vai, o coração é ferido de morte... e sobreviver é só mesmo um castigo... o espírito faz viagens em vão... a nostalgia tem um abraço tenaz, e trás mil chagas consigo...
Quando um amor se vai, toda borboleta é igual, e as estações são somente ciclos de dor... as cores não falam aos olhos, e a natureza emudece...o tempo cruza sem pressa, provando cada mazela exposta...
Quando um amor se vai, o mar perde a beleza, o campo perde o encanto e o vento canta as suas cantilenas de solidão, soprando velas de desesperanças ... as revoadas de pássaros rumam sem norte, rimando com saudades infindas...
Quando um amor se vai, o silêncio fala mais alto, e os ouvidos são moucos aos que gritam paixões... a felicidade arruma suas malas e parte, sem nem dar adeus. Os horizontes são distâncias cinzentas, e o medo ganha coragens de ser...
Quando um amor se vai, a lágrima é sal e mais nada... o vidro dos olhos faz refletir o infortúnio... a tristeza banca a parada, e o que brota no peito não tem razões para seguir...
Quando um amor se vai,
(Eu acredito)
Deus pede perdão...


Imagem: Google imagens/sem autoria

 

sábado, 1 de julho de 2017

TEMOS SIDO GENIAIS???

Graças a Deus, de tempos em temos o mundo é abençoado com a genialidade, o talento e a visão especial de alguns seres diferenciados. Eles chegam (alguns ainda estão por aí), dão sua contribuição, modificam o mundo - e as pessoas - e partem. É assim nas artes,  nas ciências, na política, enfim... em todas as áreas.
São pessoas iluminadas, capazes de modificar o centro de tudo, de rever posicionamentos, de abrandar dores, de encontrar um novo olhar sobre questões em que pairam místicas que em nada contribuem para um melhor viver.
Deus sabe que o mundo precisa de pessoas assim. E nós também sabemos.
Contudo, penso que as grandes questões para o indivíduo, saindo do contexto social mais abrangente, estão ao nosso redor, em nosso cotidiano, no nosso dia a dia. E nessas questões, os grandes gênios dificilmente interferem. Pelo menos, não diretamente. Podemos refletir escutando uma boa música de Renato, Gessinger, Toquinho, Lenon, Djavan ou, ainda, viajar e viver outros tempos num livro de Érico, Suassuna, Eça de Queiróz... Quem sabe, ainda, nos embriagarmos em poesias de Pablo Neruda, Vinícius ou Quintana?
Há aqueles que,  como eu, também divagam e se preocupam em estudar as questões políticas e sociais, tentando entender por meio da ciência política e filosófica o porquê do mundo viver momentos tão conturbados. E para isso, não há Cortella, Nietzsche, Kant, Platão, Sócrates ou Santo Agostinho que resolva. O mundo é extremamente dinâmico, e hoje em dia, ainda mais.
E aí está o "X" da questão, que ora se impõe. Muitas vezes perdemos um tempo considerável em meio a situações complexas, de difícil - ou impossível - resolução, num emaranhado de dúvidas que, não raro, não leva a lugar nenhum. E isso não é ruim, ao contrário. O ser humano, dotado de inteligência e o mais autônomo dos seres (em essência), tem essas questões em seu DNA. Assim caminha a humanidade. Porém, e à nossa volta? Como temos modificado o nosso "pequeno mundo"? Como temos influenciado nosso dia a dia? Temos sido capazes de agir positivamente entre os mais próximos, os mais queridos ou com aqueles com os quais ao menos convivemos mais rotineiramente? É certo que somos a soma e o resultado de tudo que vivenciamos, aprendemos, escutamos, lemos, perdemos e ganhamos nessa vida. Uma somatização de nossas boas e más experiências. Mas o que temos feito com isso?
Transformamos a vida de alguém para melhor, ainda que minimamente? Nos policiamos em nosso humor, em nossas línguas ferinas, em nosso trato diário para com os outros? Nossas mãos têm estado estendidas ao próximo? Nossos pensamentos são solidários, nosso mente é aberta? Nosso abraço é apertado e fraterno, nosso sorriso é sincero?
Acredito que pessoas que conseguem, na prática e na realidade, responder sim a alguns desses questionamentos, são efetivamente pessoas geniais. Seres humanos especiais. Agentes transformadores. Almas que modificam vidas e melhoram caminhos.
É genial ser gentil, não ser prepotente, ser humilde, mas não submisso. É genial amar a família - e demonstrar - e também cuidar dos filhos, dos pais... Beijar o marido ou a esposa, dizer que ama e admira, apesar das diferenças que nos tornam tão iguais.
Pensemos sobre isso.
A genialidade não consiste somente em ser um grande compositor, escritor, pensador ou intelectual. Ela está presente também em pequenos atos, na bondade cotidiana, no amor sem segundas intenções, na abnegação, no auxílio sem recompensa... Ela habita na sinceridade, na solidariedade, no bem querer.
Portanto, sejamos geniais. Nós podemos.