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segunda-feira, 22 de maio de 2017

SOBRE A MÚSICA GAÚCHA E NATIVISTA

A música gaúcha (gaúcha, eu disse, não o nativismo em si) e seu contexto de forma geral não conquistou o Brasil porque é boicotada na própria origem. Quem tenta produzir com uma linguagem e um ritmo mais popular, começa a perder espaço de trabalho aqui, o que inviabiliza a possibilidade de manter a briga por um espaço maior. Simples assim. Como já disse antes, é opção. E que sofre reprimendas. Já o nosso Nativismo, ouso dizer, NUNCA vai conquistar o Brasil da forma como as pessoas fingem achar que pode. Tomem como exemplo o que hoje ainda e chamado de "Sertanejo", mas que na verdade é a fórmula do "mela-cueca" (Luan Santana) ou do embalão (Fernando e Sorocaba) ou os dois juntos (Henrique e Juliano). A verdadeira música sertaneja praticamente não existe a nível nacional, e é linda, uma cultura imensa. No nosso caso, o fato é que ninguém além de nós e mais meia dúzia fora do Estado quer saber de filosofar, ficar falando em "pañuelo" , "encilha" , "tropeada", "cincerro" , "cusco" , "Martin Fierro" e afins. A realidade é essa. E todo mundo sabe. Essa mania que temos de sermos defensores culturais e com verdades únicas nos remete ao ostracismo. E é confortável pra muita gente que diz estar desgostosa. Vejam que é ruim de nos mantermos até mesmo aqui no RS. E a grande prova disso são os movimentos culturais, as oportunidades em televisão e os festivais, que se concentram nas mãos de poucos, cada grupo com seu nicho, defendendo o seu umbigo e mentindo estar lutando pela cultura. Engodo, pretexto pra fazer o seu, afastar concorrência e usufruir do mais do mesmo. Portanto, muito mimimi que já não cola. Vamos parar de drama, todo mundo sabe de tudo. Pelo menos, os que são do meio. O resto é choradeira e vergonha alheia.