Desistir nem sempre é ruim. Ao contrário, pode significar um
avanço.
Pode significar que amadurecemos
nossas ideias, que verificamos que era necessária a mudança, de forma que outra
alternativa não havia, a não ser a desistência.
Não aconselho ninguém a desistir
por fraqueza, por desânimo, por falta de fé ou por medo. Acredito na
desistência consciente, naquela em que a profunda reflexão – e também os fatos
- nos leva a crer que efetivamente algo
não está dando certo, de que carecemos de novas atitudes ou de oxigenação para
a vida.
Desistir, nesse caso, não é perda
de tempo. É ganho real. Perder tempo é seguir investindo em algo no qual não
acreditamos mais, ou que deixou de fazer sentido, seja pelo motivo que for.
É mudar os rumos. É renovar a fé.
Perder tempo é se doar ao que não
nos faz bem, ao que nos torna infeliz ou impede nosso crescimento,
independentemente da área.
É preciso coragem para desistir
de forma madura, com inteligência, com absoluta certeza. Desvincular-se de algo
que de alguma fora já fez sentido em nossas vidas exige determinação e espírito
forte.
Decide melhor nesse tipo de
situação aquele que já se conhece bem, já se feriu suficientemente e sabe bem o
valor de suas cicatrizes. Que respeita a si e aos outros. Pessoas assim possuem
uma autoestima elevada e são capazes de aprimorar – e até mudar – suas opiniões.
Admitem que não sabem e não conhecem tudo, e convivem muito bem com essas circunstâncias,
sendo capazes de admitir suas inabilidades e suas fraquezas, estando abertas ao
mundo que as cerca e toda a sua gama de informações, bem como à real dinâmica
que envolve a vida.
Ditado certo: cada escolha, uma
renúncia.
Se for para renunciar, que seja à
dor, à fraqueza, às mazelas, à arrogância, à tristeza, à falta de amor, de
caridade, de compaixão, de compreensão e de bom senso.
Que desistamos da mediocridade,
do medo e da ignorância.
Que sejamos – e estejamos –
absolutos quando desistirmos de algo. Que possamos ser extremamente
perseverantes naquilo que nos trará a felicidade e que nos tornará melhores.
Mesmo que essa seja uma busca constante e, talvez, infinita.
A desistência sã não deve trazer
arrependimentos, pois faz parte do que somos, de nossa bagagem
existencial.
Devemos saber quando o medo de desistir transformou-se em falta de coragem para avançar.
O recomeço traz consigo a virtude
a experiência. Que saibamos desfrutar dessa vantagem, dessa benção.
Andejar é preciso. Que nossa
bússola tenha sempre os rumos do bem, o instinto dos melhores caminhos.
Desistir, às vezes é bom. E
persistir é o que nos faz avançar.
Do resto, eu nem sei bem.
(imagem da internet - Google imagens)