VISITANTES

quinta-feira, 15 de abril de 2021

RENATO PORTALUPPI

Renato é o maior ídolo existente na relação com um clube de futebol. Sua história e  identificação com o Grêmio é tão  gigantesca que confunde-se naturalmente com a do clube. Ou melhor: ele é a própria história do nosso tricolor. Ajudou a imortalizar grande parte dela, e imortalizou-se junto. Como jogador e como treinador no imortal foi competente, vencedor e, sem sombra de dúvidas,  foi torcedor. Um árduo e inarredável defensor do Grêmio e da sua torcida. 

Toda essa inquestionável importância desse que é o maior dos maiores na história do clube acabou por prejudicá-lo durante a sua passagem mais recente como treinador. Foi fácil e cômodo para a Diretoria entregar nas mãos desse gigante muitas e diversas questões que não eram de sua alçada,  enquanto tratavam de quimeras e politicagens. Afinal, Renato tem o respaldo da maior torcida do RS. Ocorre que é praticamente impossível navegar em todos esses "mares" do futebol como timoneiro sem fazer água. São muitas questões e, grande parte delas, esbarra em planejamento e finanças. O ídolo viu-se envolto nas armadilhas que existem quando se quer atingir a perfeição em tudo, quando não se percebe que até mesmo os maiores necessitam de auxílio, precisam ser humildes e podem sim, estarem errados em algum momento. 

Renato foi jogado aos leões, eu diria. Mas conscientemente. Deram-lhe todas as chaves, mas nem o maior dos maiores é capaz de atender a contento tantos problemas e questões.

As sucessões de erros (inevitáveis) decorrentes de uma visão omissa, covarde e acomodada da Direção e de uma soberba e pretensão de Renato acabou com a paciência da torcida. Com a paciência, mas jamais com o respeito e a idolatria por seu maior ídolo.

Coisas do futebol. Não é o fim dessa história, apenas o fim de um ciclo que se renova e, tenho certeza, trará novamente Renato Portaluppi para a Arena e para novos títulos, consagrando e consolidando mais uma vez o maior dos maiores.  Eu pedi muito a sua saída agora, e estarei feliz quando for o momento de pedir o seu retorno. 

Era necessário e ele sabe disso,  como necessário é o nosso reconhecimento e agradecimento a esse gênio do futebol. 

Obrigado,  REINATO.

Estaremos juntos em breve.




terça-feira, 6 de abril de 2021

O CABELO DO JOÃO


É sempre muito complicado opinar sobre assuntos polêmicos, mas eu vou exteenar o que acho sobre a polêmica de ontem no BBB:

Primeiramente, é preciso dizer que foi uma AULA de comportamento social e entendimento sobre as dores do outro, como já disse antes. Mal ministrada, mas foi. Ao vivo. Muito aprendizado a quem se prestar a ver e ouvir. 

Há quem banque  o "intelectual" e jure de pés juntos que não assiste o programa,  que esse programa é um lixo, etc, etc. Eu discordo plenamente desse entendimento, tendo em vista que o BBB é um recorte da nossa sociedade, exatamente como ela é. Se aprende muito vendo o programa, que mais do que entretenimento é a exposição do ser humano,  com suas virtudes e fraquezas e, consequentemente, do meio em que vivemos. 

Voltando ao assunto, é preciso entender a dor e o sentimento do João, pois como negro e indivíduo personalíssimo é algo que somente ele pode mensurar e dar valor.

Contudo, passado o momento, onde Rodolffo ingenuamente ou atrapalhadamente conseguiu piorar sua situação, trago para reflexão o seguinte: 

Me parece estar claro que João viu sim no episódio uma forma de militar nacionalmente e ao vivo sobre a questão racial. Do ponto de vista educativo, social e até moral, ok. Contudo, do ponto de vista humano e de bom senso, achei a atitude equivocada e até um tanto oportunista, uma vez que utilizou o colega/adversário de confinamento como uma espécie de "bode expiatório", onde jogou frustrações e traumas pessoais de uma vida inteira, tendo como alvo uma pessoa que não é responsável por isso.

Quem viu a cena que causou tudo sabe, com toda a certeza,  que Rodolffo não foi racista ou preconceituoso,  pelo menos nãoconscientemente. Foi bobo, como um piá de colégio, foi ingênuo por julgar ter uma intimidade que não tinha, foi inoportuno e até mesmo pode ter sido insensível,  uma vez que não cogitou ou percebeu que poderia magoar João. Com certeza lhe faltou empatia, mas não foi maldoso. Muitos de nós estamos sujeitos a errar e, certamente,  erramos bastante e até pior em situações semelhantes. Repetimos comportamentos e entendimentos incorretamente enraizados. 

João poderia ter resolvido essa situação na mesma hora, ou um pouco depois, pessoalmente. Rodolffo tem demonstrado ser sincero (dentro do que o jogo permite), aberto ao diálogo e, inclusive,  capaz de admitir os erros e se desculpar. Mas ele preferiu "descontar" ao vivo. É um direito seu. Mas será que essas palestras e aulas são dadas à todo o momento de sua vida, em circunstâncias iguais ou piores? Tenho minhas dúvidas. 

Assim como Rodolffo deve aprender a medir suas palavras e brincadeiras, e simplesmente acabar com essas atitudes quando vir que o outro não gostou, entendo que João também deveria entender que a exposição realizada da forma como foi tem uma repercussão gigantesca. E, queiram ou não, a repercussão recaiu somente sobre Rodolffo e sua atitude naquele instante, sobre aquele ato, e a causa em si passou a ficar em segundo plano.

É importante tratarmos sobre o assunto? Com certeza.

Foi feito da forma correta? Não creio.

O efeito manada não produz bons resultados nesse caso.

Não vejo com bons olhos crucificar pessoas por atos isolados e que efetivamente não têm a ver com racismo e preconceito apenas para validar a causa que, de fato, é extremamente relevante. 

Isso é o que eu penso com as informações que tenho hoje.

Ponto.

sexta-feira, 2 de abril de 2021

PRENDAM O TIO DO ZAP



O  "tio do zap" é extremamente perigoso, ardiloso, irresponsável,  inescrupuloso, chato, burro, inconsequente ou, até mesmo, um bobo útil. Mas no frigir dos ovos, na maioria das vezes ele é criminoso.

Ele deveria ser preso. Merece ser preso. O problema é que ele é muitos.

O "tio do zap" pode ser o senhor da padaria, o taxista, o cobrador do ônibus, o farmacêutico, o vizinho, a professora, a colega de trabalho, o amigo do futebol, o instrutor da academia, o irmão da Igreja. O "tio do zap" pode ser seu pai, seu irmão, sua mãe, sua tia...

Temos "tios do zap" famosos, ocupando cargos importantes: Osmar Terra, um dos maiores "tiozões" que já pintaram nos últimos tempos. Temos também o tal Olavo de Carvalho, aquele que é filósofo sem ter estudado, que arregimenta fãs com seus discursos ensandecidos, sempre imersos em extrema burrice e ignorância.

Ah, os terraplanistas... classe especial de tiozões. Estão entre os mais estarrecedores.

Por incrível que pareça, além de enfrentarmos essa pandemia severa e aterradora, temos ainda que lutar contra os "tios do zap" nos hospitais e consultórios médicos, nos quartéis e delegacias, no judiciário, nos parlamentos, no congresso, no Planalto e por aí vai. 

Temos uma família inteira de "tiozões do zap" comandando o país. É surreal. 

As notícias dão conta da veracidade da mamadeira de piroca,  das provas incontestáveis de que a terra é plana, de que trabalhador não precisa de direitos, de que armas são melhores e mais importantes do que livros. De forma inacreditável o "tio do zap" convenceu o Brasil  de que alguém que está na política há 30 anos é sim, a nova política.

Mas o "tio do zap" tem feito mais, tem feito coisas piores: ele é contra a vacina, contra o isolamento, acha desnecessário usar máscara. 

Pro "tio do zap" não temos epidemia,  é só uma gripezinha. Pra ele,  o trabalhador tem que lotar ônibus e se expor ao vírus. 

Afinal, não tem como fazer lockdow de insetos, segundo ele.

O "tio do zap" não cobra nada do governo, pois ele entende que o povo tem que se virar. Auxílio-emergencial é bobagem, vai quebrar o pais. Assim empresários e banqueiros não aguentam.

O tio do zap" não vê corrupção em comprar o parlamento, em rachadinha, na compra de mansões com salários não condizentes. 

O "tio do zap" tira férias de dois milhões e meio de reais, e afirma que o Brasil está quebrado. 

O "tio do zap" quer privatizar pra que o povo receba de forma privada um serviço que ele não tem como pagar.

O "tio do zap" comprou 500 milhões de doses da vacina. E segundo ele é  frescura, porque o coronavírus não é tão letal assim. Aliás, foi dito que seriam 800 mortes, no máximo. 

O "tio do zap" tem certeza que esses mais de 300 mil brasileiros mortos são apenas números inventados. Segundo ele, alguém está ganhando com notificações falsas.

O "tio do zap" não toma vacina, porque vai estar ajudando a China a vigiar o Brasil. 

O "tio do zap" quer o golpe militar, porque ditadura traz liberdade. Segundo ele, Ustra foi um herói, e não houve tortura e nem mortes durante os anos de chumbo. 

O "tio do zap" é  um pobre rico, que luta contra os direitos trabalhistas,  contra o serviço público - exceto contra os milicos - contra o SUS e tudo que possa lhe favorecer, porque é preciso ouvir e atender o mercado. 

A maioria dos "tios do zap" não leem de verdade. São preguiçosos. São manipulados. Beiram a imbecilidade. Falam sobre o que desconhecem. Argumentam de forma tosca e absurda. São superficiais, porém, raivosos. Eles têm tenacidade. Levam a sério a missão de desinformar,  de escarnecer, de baguncar e serem ridículos. Atualmente parecem estar empenhados em matar.

O "tio do zap" é uma aberração. Ele é um assassino.

Prendam o "tio do zap".