Nos momentos mais difíceis, o que mais me impressiona sempre, é que o mundo não para. Ele segue adiante, não tem dó.
Quando converso com as pessoas, tenho - e colho - a sensação de que se
algo de ruim acontecer um dia, o mundo estará à disposição para ajudar,
as pessoas serão solícitas, as coisas não serão tão difíceis, haverá
amparo e guarida. Haverá uma saída sem traumas.
Mas, por experiência, sei que isso não é verdade. A importância que se dá a dor alheia é muito fugaz... às vezes, dura menos que um quarto de hora.
Muitas vezes, a importância é dada na exata medida em que nossa dor ou desespero "interessa" ao outro...
Independentemente do que aconteça, amanhã haverá outro em seu lugar. E
se não houver, é porque o seu lugar já não era interessante ou necessário... ou pior: você era descartável, ainda que pensasse o contrário.
Eu sei... é muito pessimismo.
Mas contém altas doses de realidade.
A consternação, em sua maioria, é uma lágrima de novela.
Será mesmo que mundo não é amigo de ninguém?
Espaço para compartilhar ideias, textos, vídeos, imagens e, principalmente, impressões da alma...
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quarta-feira, 30 de novembro de 2016
segunda-feira, 7 de novembro de 2016
AS PESSOAS PARTEM
Quando alguém que considerávamos
importante, parte de nossa vida – e não estou falando de morte - naturalmente
sentimos saudades, angústia, medo, frustração ou tantos outros sentimentos que
poderiam ser citados aqui.
Por óbvio, nos pomos a refletir
sobre quais os motivos e circunstâncias fizeram com que essa pessoa deixasse o
nosso convívio. Pelo menos, comigo é assim.
A verdade é que não estamos – e talvez
jamais consigamos estar – habituados com a partida, com o rompimento.
Principalmente quando se dá de forma unilateral e mesmo que isso ocorra de
forma amigável, pacífica, sem motivos ou faltas graves aparentes.
O adeus – ou a falta dele – é sempre
traumático. Ainda que não percebamos em um primeiro momento.
O convívio que se desfaz, nos
deixa em queda livre no abismo dos questionamentos e das dúvidas. Ficamos a
procurar uma saída no labirinto do ego e dos relacionamentos, onde habitam
vaidades, manias, imperfeições e aqueles que somos realmente. A autoestima
busca encontrar razões e evitar sequelas.
Muitas vezes nos penalizamos, sem
encontrar uma resposta que satisfaça aquilo que temos por verdade em nosso modo
de viver, de interagir e de nos relacionarmos com os outros.
É triste e até mesmo revoltante
quando percebemos que gastamos energia com algo que, ao cabo, vemos que não
tinha a menor chance de dar certo. Ou quando vemos que no desenrolar dos fatos,
fomos utilizados como ferramenta para outros fins, que não aqueles sobre os
quais debruçamos nossa crença e confiança.
Mas a frustração é pior quando
nos damos por conta que alguma coisa não deu certo devido a nossa falta de atenção
com algum detalhe, em algum momento que foi decisivo para o ocaso de algo que
poderia ter dado certo. Ou pelo menos terminado de outra forma.
Mas, muitas vezes, nós já sabemos
as respostas. E para não admitirmos que apostamos em algo que nos decepcionou,
não damos o braço a torcer. Não queremos ver o que está escancarado à nossa
frente, ratificado por uma série de atitudes e posicionamentos duvidosos. Não é
fácil aceitar os próprios erros. Não é fácil aceitar que fomos tratados como um
adereço para a vida e o cotidiano de alguém.
Mas é fato. As pessoas partem.
Elas nos deixam.
Muitas nos abandonam sem nem
olharem para trás. Saem de nossas vidas como se nada tivesse acontecido.
É assim e sempre será. Nos
encontros e desencontros da vida, pessoas entram e saem de nossos dias e
corações, muitas vezes sem que nem tenhamos atuado para isso. E todas elas
carregam consigo ensinamentos.
Em todas as situações, podemos
aprender a melhorar nosso modo de ser, aprimorar nosso caráter e fortalecer
nosso espírito.
Cada vez mais entendo e tenho
como lei que devemos valorizar muito nossos amigos de sempre. Os de fé. Aqueles
que estão ao nosso lado na vitória e na derrota. Que são capazes de sorrir de
felicidade com nossas conquistas.
Não que devamos fechar as portas
para novas amizades, novos tempos. Ao contrário. Mas devemos saber que o ser
humano, em grande parte das situações, prioriza sempre e tão somente a si
mesmo. Seu interesse em relação ao bem estar do outro, muitas das vezes é
inócuo. É fugaz. Não é verdadeiro.
Pessoas que partem, sempre levam
um pouco de nós. Mas também deixam um pouco de si, ainda que seja seu pior
pedaço. Contudo, até esses mal bocados podem servir para que cicatrizemos
feridas e aprendamos, nos impulsionando adiante.
Entretanto, existem aquelas
pessoas que partem sem que nos tenham ferido, deixando ainda um legado de
melhorias na alma. Essas, são dignas de nossas mais belas orações e
considerações. Elas existem e são muitas espalhadas por aí.
Cada pessoa que escreve uma
página no livro de nossas vidas, tem uma missão a cumprir. Muitas serão
especiais, outras nem tanto. Várias serão um fardo. Muito poucas serão
realmente uma benção.
Pare pra pensar: quantas vezes
isso já aconteceu na tua vida?
Acho realmente que devemos
agradecer todos esses momentos. Pelo que ficou e, muito especialmente, pelos
livramentos.
Aprendamos e entendamos: as
pessoas partem. Simples assim.
Nós também, em algum momento, já
partimos da vida de alguém. Por diferentes motivos. As vezes por não refletir o
suficiente, outras, exatamente por ter refletido o bastante.
O que faremos depois da partida,
é que tornará nossos dias melhores ou não.
Somos os únicos responsáveis por
nossas vidas. Os gerentes de nossos erros e acertos.
Devemos saber dar o valor ideal
para cada coisa. Até mesmo para as partidas. Afinal, elas sempre existirão. É
preciso que aprendamos a fazer com que todas elas sejam positivas, de alguma
forma, em algum momento.
Nossa passagem nesse mundo não
precisa de muitas pessoas. Apenas das que queiram realmente estar conosco.
Precisamos ter essa consciência, para que nossa alma tenha paz.
Imagem: Google/autor desconhecido
Caine
T. Garcia
Bagé, 07/11/2016.
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