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segunda-feira, 27 de julho de 2015

VOLTAR PRA CASA

Há uns dias atrás, li um daqueles costumeiros comentários sobre vida pós-morte. Achei bem interessante. Falava em voltar para casa, na angústia que é a vida nesse mundo, etc. Falava em voltar para a VERDADEIRA casa. Fiquei com aquilo martelando minhas ideias, como uma pedrinha no sapato do pensamento.
Como não poderia ser diferente, o assunto me fez pensar sobre estas questões sobre as quais não entendemos bem (ou não entendemos nada), mas que nos (me) fascinam desde sempre.
O velho papo sobre: “Existe vida após a morte? A morte é real? Quais as razões para o sofrimento de tantos enquanto alguns vivem na pompa, cheios de saúde, dinheiro e sucesso? Será que fizemos essas escolhas para as nossas vidas, será que realmente semeamos e colhemos o que ora vivemos? As pessoas realmente pagam pelo mal que fazem? Por que vemos tanta gente praticando maldades extremas sem o menor pingo de remorso e, o pior, sem pagarem pelos seus atos?A tal lei do retorno realmente existe? Somos a imagem e semelhança de Deus? Deus se importa com o nosso sofrimento? O que Deus faz durantes os períodos de guerras, estiagens, enchentes e outras mazelas? O livre-arbítrio não seria uma desculpa para os descuidos de Deus? O exercício da inteligência é blasfêmia? E merece castigo?
Acho que esse assunto até já foi sucesso... mas de tão inexplicável (ou por tão óbvio), tornou-se enfadonho e desinteressante.
Sei lá... conforme escrevi, o comentário que citei falava sobre voltar para casa. Dava a entender que nosso lar seria aquele lugar de onde efetivamente saímos um dia para cumprirmos uma missão meio enigmática... um local de onde essencialmente fazemos parte, mas do qual não lembramos, embora seja maravilhoso. Logicamente, se trata de um lugar sobre o qual não sabemos nada, mas que de uma maneira totalmente utópica adoramos aceitar como verdade plena. Uma rota de fuga. Uma esperança no fim do túnel. Um pote de ouro no fim do arco-íris.
O ser humano tem essa facilidade de jogar a realidade nos braços do desconhecido e rezar para que o “além” faça a sua parte.
Faço um mea-culpa, pois eu tenho essa esperança. Cultivo, de certa forma, essa utopia e esse engodo, rezando para que o contrário não desminta o que hoje faz tão pouco ou nenhum sentido. É mesmo louco pensar assim.
Mas a grande pergunta é: E se isso não existir?
E se nossa casa for SÓ esse mundo aqui, onde vivemos e contabilizamos nossos erros e acertos?
E se o final for madeira e pó, somente cinzas? E se a humanidade não tiver mesmo jeito?
O que o bem fará se a maldade não tiver a sua paga? Por que o mal precisa ter sua paga?
De minha parte, acho isso bastante intrigante. Às vezes, desmotivador! Deveras, triste!
A vida pode ter um algo de “Matrix”, e talvez tudo não passe de um sonho (ou pesadelo), do qual alguém irá nos acordar um dia. Para o melhor ou para o pior, vai saber.
Matrix é o filme aquele, muito louco, uma viagem total. Como a nossa vida. Vale a pena ver, nem que seja para criticar.
Enfim, por essa linha de raciocínio, talvez a dor e o sofrimento sejam tão-somente um sonho. E o amor e a paz, também. E aí, como é que faz?
Qual o sentimento que ainda não experimentamos em verdade? O que há além daquilo que entendemos por coração e mente? O que se esconde atrás das portas que sequer conhecemos? E será que essas portas existem?
Quem realmente escolhe qual destino nos cabe? Existe o acaso?
É possível escolher ser feliz? Ou a infelicidade é  compulsória para alguns?
O Universo conspira a nosso favor ou contra nós? Somos protagonistas, coadjuvantes ou marionetes?
É bom pensar que somos os atores principais, embora muitas realidades apontem o contrário. Mas confesso que é difícil. Não cabem nestes meus pensamentos questões hipócritas ou papos cafonas de autoajuda e otimismo paliativo.
Enquanto essas questões seguem sem respostas (convincentes), nos resta viver nessa casa em que ora habitamos, fazendo o nosso melhor, corrigindo nossa rota e evitando o nosso pior.
Que a tristeza seja um pesadelo passageiro, uma realidade fictícia, e que a felicidade seja um momento eterno, uma fantasia consumada dia após dia.

Não sei se eu quero voltar pra casa...

Imagem (Google imagens)


sexta-feira, 17 de julho de 2015

ÉRLON PRESA GARCIA - FÁBRICA DE GAITEIROS

Um dos projetos que considero mais importantes dentro do cenário cultural do Rio Grande: Fábrica de Gaiteiros. Meu guri, o Érlon, dando o recado! Que beleza, muito orgulho!!!




sábado, 4 de julho de 2015

O CASO "MAJU"

Muito triste o que aconteceu com a repórter “Maju”, do Jornal Nacional. Parece que a irracionalidade cada vez mais está ganhando espaço, muito pela facilidade proporcionada pelas redes sociais aos covardes e estúpidos para que exponham suas ideias e insanidades, de forma totalmente vil e perigosa, sem grandes consequências pelos seus atos criminosos.
Admito que fiquei deveras chocado com o que li. Acredito que para mentes minimamente sãs, inexiste um motivo qualquer que justifique ataques tão horrendos, ofensivos e preconceituosos quanto aqueles que tive o desprazer de ler.
Ter meus quarenta anos tem muito de desvantagens. Uma delas é constatar que cada vez mais a ignorância e desumanidade definitivamente estão presentes em nosso cotidiano... e que infelizmente não possuem limites. Isso é extremamente frustrante.
O racismo convive conosco, ele frequenta o colégio, almoça no restaurante, joga uma pelada nos finais de semana, bate cartão no trabalho, vai ao fórum, assiste ao campeonato brasileiro de futebol e, (não) pasmem: também quer saber das previsões do tempo.
Todos os preconceitos são inadmissíveis, execráveis, devendo ser punidos com rigor, além de termos a obrigatoriedade de lutar para que sejam banidos do nosso convívio e de nossa sociedade. Contudo, o racismo parece ferir de uma forma muito profunda e marcante as pessoas de bem. Obviamente que as vítimas são as maiores prejudicadas por atitudes como essas, mas creio que todas as pessoas de bem acabam sendo atingidas por esses fatos, pois é facílimo de constatar a indignação de todos. Não só pela irracionalidade inerente ao ato, mas também pelo sentimento de total impotência que aflige a todos nessas horas.
Já passamos da época do debate e de querermos achar explicações que inexistem, salvo aquelas que habitam mentes e corações doentios, de seres humanos que são de uma pobreza de espírito tão grande que acabam por acordar também em nós um lado até certo modo, sombrio.
Estamos no tempo de EXTIRPAR ESTE MAL que persiste em conviver conosco. O racismo é uma mazela, uma chaga, uma peste social. É abominável, ultrajante, com consequências irreversíveis, ainda que às vezes ocorra em uma "escala" quase imperceptível. O chamado racismo ou preconceito "velado".
Quem não sente nojo de pessoas como essas, capazes de insultar seus iguais e que se acham melhores que outros por questões de cor da pele, desqualificando e prejudicando seres humanos? Quem não deseja que covardias desse nível sejam punidas com severidade e de maneira exemplar?
Se por parte de quem não sofreu com o crime de racismo já é difícil relevar um comportamento tão aviltante e inadequado, imagine para quem foi vítima? É impossível “dar a outra face”. É ERRADO fazê-lo.
Não devemos compactuar com essa “cultura” que plagia os nefastos momentos de nazismo vividos pelo mundo, que perpetua os piores momentos da raça humana.
Um país que tem sua história manchada por épocas vergonhosas em que havia a permissão para que seres humanos fossem tratados como coisa, não pode fazer vistas grossas para casos como esse, em pleno século XXI. O Brasil ainda tem o sangue dos negros em suas “mãos” e nunca haverá de saldar sua dívida, uma vez que não há como voltar atrás e eliminar o mal feito. Nosso país foi erguido por meio da intolerância praticada contra aqueles que tinham a tez púrpura, contra milhares de homens e mulheres como nós, cuja diferenciação foi e é feita por bandidos que sujam e acabam com a dignidade de toda a nossa espécie.
Nos resta ficarmos vigilantes, atentos e combativos, a fim de que não retrocedamos um milímetro sequer no combate a esta praga. Ao contrário, há muito ainda por avançar... as provas disso são inequívocas... o crime possui a perigosa mania de perseverar.
O racismo envergonha e revolta pessoas de bem. Ele não é coisa de Deus... e nem mesmo o Diabo seria capaz de tamanha desumanidade.
Tolerância ZERO e punição imediata aos racistas. Eles não merecem uma gota de piedade, pois são a escória da humanidade, o que há de mais imundo em todo o planeta.
Que tempos melhores definitivamente aconteçam para a “Maju” e também para todos nós.