VISITANTES

quinta-feira, 22 de fevereiro de 2018

AMAR


Amar é difícil...

O amor cria rugas, amarrota o espírito, dobra a alma...

É um processo tortuoso, de entrega e de confiança em busca de reciprocidade, embora aconteça independentemente de resultados, porque amar é um estado aceitável de incompreensão. Amar é rebeldia!

Amar é a insônia, o desalento, a incerteza, a ferida, a dor, o corte em si, a cicatriz!

Amar é o frio que queima, o calor que gela...

Amar dói! É duro amar...

Amar é complexo, indefinição extrema. É prisão perpétua. Condenação!

É temer o voo...

Amar é a dúvida, o mundo do avesso, a inquietude, o excesso de apego, o encantamento febril.

É ter sede e fome...

Amar é a insanidade dos bons. É tatear no escuro. É não saber do fim.

É querer controlar o tempo...

Amar é fácil...

Porque nos afeiçoamos às rugas, acalmamos o espírito, flexibilizamos a alma...

Aprendemos a receber e a entregar confiança, somos abençoados na reciprocidade. Amar é ser compreendido em nossas imperfeições. Amar é paz!

Amar é saborear as madrugadas, e dormir sonhando em acordar. É estar satisfeito em meio a quaisquer desconfortos, é abraçar com firmeza o incerto, é lamber as feridas na certeza que de vale a pena. É ter em cada cicatriz um símbolo muito além da comum humanidade.

Amar é o frio que aquece, o calor que refresca...

Amar cura! É puro amar...

Amar é simples, categórica leveza. É liberdade incondicional. Soltura!

É ganhar asas...

Amar é a resposta, é o mundo que desejamos em nosso íntimo, é a sobriedade, é o desapego às vaidades e egoísmos, é o desencantamento com o não querer bem.

É ser fonte e alimento...

Amar é a lucidez do Homem. É farol na escuridão, é não temer o fim.

É abraçar o tempo...

A sabedoria do coração nos concede a capacidade de perceber que a real intensidade e o concreto valor da vida residem única e exclusivamente no AMOR!

Amar é felicidade.

Amar é tudo!

Caine Teixeira Garcia
Images Google/Internet 



segunda-feira, 19 de fevereiro de 2018

Em dias assim...

Há dias em que acordo me achando pouco...
Não para mim, mas para os outros!
Há dias em que eu gostaria de ser mais...
Em dias assim, me quedo absorto, a buscar forças no meu interior...
Lastimo oportunidades perdidas, refaço caminhos, reinvento estradas, em busca de um novo final...
Os pensamentos vagueiam, voam longe! O infinito me é concedido.
Há punições à minha alma pelas falhas cometidas, há um desacato temeroso a Deus pelas inconstâncias ocorridas... e permitidas!
Nesses dias em que perscutro minhas sombras, sou receoso de mim e de minhas limitações. Muitas das indagações que me faço encontram ecos no silêncio, com respostas as quais eu já sabia.
São persistentes as dúvidas. É através delas que nos tornamos peregrinos do nosso Eu.
Há dias em que acordo me achando pouco...
Pouco na fé, pouco no ser, pouco no amor, pouco no existir...pouco no viver...
Não para mim, mas para os outros.
Há dias em que gostaria de poder mais, de lutar mais, de conseguir mais, de existir mais.
De ser mais para os outros.
Nessa humanidade que nos aprisiona e nos liberta, nossa consciência é um tribunal impiedoso.
Nosso partir é certo, portanto, nossos dias são uma contagem regressiva na senda da correção interior...
Por isso, há dias em que sinto saudades da minha inocência, em que clamo por um pouco mais de sabedoria.
Há dias em que lamento os abraços que não dei, os afagos que não fiz, as palavras que guardei.
Há dias em que a culpa é maior do que a leveza, de que os sonhos são menores que a realidade, em que as lágrimas são mais fáceis do que os sorrisos.
Em dias assim, eu sofro! Em dias assim, eu cresço.
Não por mim, somente. Mas também pelos outros. Por aqueles que amo, que necessitam de mim. E também por aqueles que sequer conheço ainda. Porque é preciso evoluir sempre.
A caminhada é longa... Sou mais lento do que gostaria. Mas persisto.
Há muito de amor e poesia no trajeto.
Me perdoo e prossigo.
Não por mim, somente. Mas também pelos outros.
Há dias em que sei que acordar vale a pena. E isso é sempre.

Caine Teixeira Garcia

Imagem: Google/internet

 

quinta-feira, 15 de fevereiro de 2018

ENVENENAMENTO E CURA


Somos vítimas de envenenamento a partir do momento em que deixamos o ventre de nossas mães. Ou, porque não dizer, até mesmo nos momentos em que lá habitamos. E não estou me referindo à alimentação ou ingestão de coisas pela matéria, mas sim, pela alma, pelo espírito.
As negatividades que nos circundam, os maus fluídos, as falsidades e as incorreções de caráter à nossa volta certamente são doses fortes de um veneno que, aos poucos, vai prejudicando, sufocando e maltratando aquilo que realmente somos: seres de luz!
Esse não é um texto de autoajuda, mas sim de palavras de constatação.
No seio familiar temos os exemplos que moldam nossa educação, nossa personalidade, nosso caráter. Quando crianças, ouvimos a palavra “não” infinitamente mais do que a palavra sim, pois necessitamos ser corrigidos em nossas atitudes, a fim de que saibamos o que é melhor para nós e também o mais adequado para que vivamos em sociedade.
Mas somos quem somos, temos o nosso espírito, que é atemporal, e com o tempo vamos criando um filtro e um senso do que é correto ou não, adequamos os ensinamentos na medida daquilo que entendemos por ser justo e certo.
A bagagem que trazemos a cada vez que visitamos o plano material também nos norteia, tendo algum peso durante o processo que nos molda.
É certo que em algum momento, aquela frase “faz o que eu digo mas não faz o que eu faço” ganha sentido em nossas vidas, especialmente ao analisarmos conselhos e atitudes de pessoas que nos são caras e próximas. Percebo que a decepção é algo inevitável em nossa trajetória. E precisamos entender que ela só existe porque tem origem em algo de incorreto que percebemos nas atitudes de alguém que amamos, nas imperfeições daqueles a quem queremos bem. Aquelas pessoas pelas quais não temos apreço não nos causam decepções.
E assim vamos indo... nos envenenando aos poucos, com essas decepções, com as traições, com os maus exemplos, com os infortúnios de nossa humanidade!
A falta de atenção e o desamor nos envenenam, nos tornando mais duros e ásperos, angustiados, aflitos e carentes, sujeitos a cada vez mais armadilhas do destino e, consequentemente, a novos cálices de veneno.
Falsas amizades nos tornam desconfiados e céticos, muitas vezes nos deixando incapazes de confiar novamente. Esse é um dos piores envenenamentos, sendo a amizade essencial para o ser humano e sua evolução. Sem amigos, pouco somos...
Durante nossa caminhada terrena somos envenenados diariamente: fartas e pesadas doses de cobiça, preguiça, desleixo, ódio, conflitos, inveja, luxúria, ganância, mentiras, rivalidade, incoerência, etc, etc, etc.
Contudo, o processo evolutivo tem sua sabedoria. Aqueles que conseguem vencer essas barreiras acabam se tornando imunes a esses envenenamentos. Ou, pelo menos, amenizam seus efeitos, pois o veneno tem em si o remédio, e o sofrimento traz em si a redenção.
Um coração machucado definitivamente se torna mais qualificado para amar, e acaba sendo preenchido por quem realmente merece, por aquilo que efetivamente lhe faz bem: o amor.
Acabamos aprendendo a valorizar as verdadeiras amizades, entendendo que esse é um sentimento que deve ser cultivado e priorizado sempre em qualidade, e não em quantidade.
A vida acaba nos ensinando a driblar as armadilhas, a diferenciar o certo do errado, ainda que através da dor. E as cicatrizes que ficam nos lembrarão de nossas vitórias, de como somos fortes e capazes de lutar por aquilo que realmente vale a pena.
Somos envenenados sim, dia após dia. E esse envenenamento é a nossa cura.
Cada sorriso verdadeiro é a cura para o veneno da tristeza. Cada abraço sincero é um tratamento contra a falsidade. Cada gota de amor compartilhada é um pouco de cura para tudo de ruim que existe nesse mundo tão maravilhoso e ao mesmo tempo tão difícil de ser vivido.
Somos seres de luz. Portando, a cura para todos os males está em nós, no amor que possuímos e na capacidade que temos de absorver os venenos do mundo, os transformando em bênçãos para nós e para todos aqueles que amamos.
Sorria, cante, dance e agradeça pelos dias vividos e por aqueles que ainda virão, pois tudo que é ruim há de passar. No fim, restarão somente as coisas boas. Todo fel será transformado em paz. Basta escolhermos o caminho do bem, que é a cura para todos os males.
Eu creio! E tu?
Caine Teixeira Garcia
Imagem: autor desconhecido/Google

sábado, 3 de fevereiro de 2018

PAZ ESPIRITUAL


Muitas pessoas reclamam que não conseguem ter paz, que o dia a dia corrido praticamente não permite esse conforto espiritual. Contudo, grande parte dessas queixas nascem da falsa percepção de que a paz interior depende quase que exclusivamente das questões externas. E isso definitivamente não é verdade.
Se é correto que muitas questões fogem ao nosso controle e acabam afetando esse estado de espírito, também é fato que a maneira como lidamos com elas é um fator preponderante e decisivo para que as coisas não tomem uma proporção prejudicial em nossas vidas.
Com o passar do tempo, é necessário que aprendamos os benefícios do silêncio em muitas situações, por exemplo.
Quem nunca ouviu aquele ditado que afirma que "às vezes é melhor estar em paz do que estar certo"? Ele diz muito sobre nossas opções frente a problemas, embates e conflitos do cotidiano. Quais batalhas realmente queremos travar? Quantas merecem efetivamente serem travadas? Escolhas! Sempre elas...
Mas não pensemos que a paz reside somente na calmaria. Muito pelo contrário. Não raro ela é conquistada através de muita luta, muito posicionamento, muitos murros "em ponta de faca"! Pois estar em paz também é travar e lutar o bom combate, é ter a consciência tranquila, é estar ciente de que o melhor de nós foi dado em cada momento, em cada decisão.
A paz espiritual é uma soma de fatores. Quanto mais sábios nos tornamos, mais facilmente a encontramos. E digo sábios no sentido de compreendermos quem somos e o que queremos para nós e para aqueles a quem amamos.
Embora difícil, creio que seja possível sim, "gerenciar" nossa paz, mesmo que minimamente.
Bons valores, firmeza de caráter, compaixão, empatia, amor ao próximo, equilíbrio e fé são alguns dos ingredientes a serem administrados nos momentos de reflexão.
Em momentos de crise, de angústia, de desespero, e nos atropelos da vida, uma boa reflexão é sempre capaz de nos responder quanto vale a nossa paz...
A paz também se alimenta da bondade. E a nutre!
Às vezes é preciso ter mais coragem para resistir aos enfrentamentos do que para abraçá-los.
Enfim, me parece que a paz espiritual depende muito mais de nós mesmos do que de terceiros, ao menos na maioria das vezes.
O amadurecimento nas tomadas de decisões e a capacidade e a consciência plena de conviver com elas é parte essencial nesse processo.
Alimentando a ideia de que essa paz então é feita de muitos momentos (pequenos e grandes), não é loucura pensarmos que esse somatório de instantes positivos também seja o caminho da felicidade.
Nunca esquecendo que a felicidade é o caminho.
Portanto, estejamos em paz. E felizes!


Caine Teixeira Garcia.

Imagem Google/Internet

NA MADRUGADA

Horário em que reflito, escrevo e, na maioria das vezes, desisto...
Deleto minhas divagações e me prendo à leitura e a observação.
São inúmeros os filósofos, escritores, pensadores e formadores de opinião na minha linha do tempo, e milhares os assuntos. Alguns de cunho autoral, mas 99% - ou mais - frutos de um "copia e cola" desenfreado. Muitos deles com citações mentirosas, autorias incorretas, contextos equivocados.
E, ainda assim, compartilhados.
Desfruto de belos pensamentos motivacionais, repletos de segredos e dicas para "darmos certo". Eles perdem um pouco do encanto, pois sei que não resistem ao amanhecer... simplesmente por serem surreais, absurdos, fantasiosos. Coisas que na maioria das vezes vão muito além das forças e da capacidade de um ser humano normal.
Leio coisas realmente bonitas... mas nada práticas.
Fico perplexo com a quantidade de compartilhamentos que alguns textos alcançam, apesar da pobreza de seus conteúdos e da fragilidade de suas ideias.
As redes sociais são ótimas, tirando o seu lado péssimo. É uma democracia extremada, que mais desinforma e emburrece, do que o contrário.
Está quase impossível falar sério no Facebook, por exemplo. São muitos opinadores formados "na tela", profundos conhecedores do "achismo", envoltos no manto da "igualdade obrigatória".
A legião de imbecis de que Umberto Eco falava está cada vez maior. Essa gente torna o mundo chato, pesado, monótono, sem cor.
Não há como discutir com ignorantes, eles ganham na experiência.
Se sobrevivermos a esses tempos de preguiça mental e espiritual, talvez tenhamos chance.
De toda sorte, ao menos, sempre haverá a poesia...

O ANO NOVO NÃO EXISTE

O ano novo não existe... O dia novo sim.
Não há o que esperar de 2018, pois ele é uma invenção. A única contagem que realmente importa é a das nossas vidas, dos nossos cotidianos, de cada novo amanhecer, nessa sequência infinda através das gerações.
Não ponha fé em 2018, ponha fé em ti, nos teus sonhos, na tua capacidade, na tua entrega, na tua luta.
Não espere que 2018 te entregue um novo amor, um emprego melhor, amizades mais sinceras. 2018 é uma fantasia. Tu és a realidade.
Aproveite a confraternização, mas saiba que 2018 é apenas um apelido para a sequência da vida. Um número e nada mais. Tu és carne e osso, mente e espírito.
Otimiza o teu tempo, seleciona tuas amizades, invista no teu amor, valoriza o teu talento.
Presta atenção ao que o coração sussurra e tenha paz em tua alma.
Não espere novidades e surpresas vindas das velhas formas de pensar, fazer e existir.
Arrisque-se para o melhor.
Busca as melhores energias junto aos teus, e compartilha as tuas com eles.
A felicidade é o caminho. E a consciência tranquila, o maior bálsamo.
Seja feliz!