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terça-feira, 6 de abril de 2021

O CABELO DO JOÃO


É sempre muito complicado opinar sobre assuntos polêmicos, mas eu vou exteenar o que acho sobre a polêmica de ontem no BBB:

Primeiramente, é preciso dizer que foi uma AULA de comportamento social e entendimento sobre as dores do outro, como já disse antes. Mal ministrada, mas foi. Ao vivo. Muito aprendizado a quem se prestar a ver e ouvir. 

Há quem banque  o "intelectual" e jure de pés juntos que não assiste o programa,  que esse programa é um lixo, etc, etc. Eu discordo plenamente desse entendimento, tendo em vista que o BBB é um recorte da nossa sociedade, exatamente como ela é. Se aprende muito vendo o programa, que mais do que entretenimento é a exposição do ser humano,  com suas virtudes e fraquezas e, consequentemente, do meio em que vivemos. 

Voltando ao assunto, é preciso entender a dor e o sentimento do João, pois como negro e indivíduo personalíssimo é algo que somente ele pode mensurar e dar valor.

Contudo, passado o momento, onde Rodolffo ingenuamente ou atrapalhadamente conseguiu piorar sua situação, trago para reflexão o seguinte: 

Me parece estar claro que João viu sim no episódio uma forma de militar nacionalmente e ao vivo sobre a questão racial. Do ponto de vista educativo, social e até moral, ok. Contudo, do ponto de vista humano e de bom senso, achei a atitude equivocada e até um tanto oportunista, uma vez que utilizou o colega/adversário de confinamento como uma espécie de "bode expiatório", onde jogou frustrações e traumas pessoais de uma vida inteira, tendo como alvo uma pessoa que não é responsável por isso.

Quem viu a cena que causou tudo sabe, com toda a certeza,  que Rodolffo não foi racista ou preconceituoso,  pelo menos nãoconscientemente. Foi bobo, como um piá de colégio, foi ingênuo por julgar ter uma intimidade que não tinha, foi inoportuno e até mesmo pode ter sido insensível,  uma vez que não cogitou ou percebeu que poderia magoar João. Com certeza lhe faltou empatia, mas não foi maldoso. Muitos de nós estamos sujeitos a errar e, certamente,  erramos bastante e até pior em situações semelhantes. Repetimos comportamentos e entendimentos incorretamente enraizados. 

João poderia ter resolvido essa situação na mesma hora, ou um pouco depois, pessoalmente. Rodolffo tem demonstrado ser sincero (dentro do que o jogo permite), aberto ao diálogo e, inclusive,  capaz de admitir os erros e se desculpar. Mas ele preferiu "descontar" ao vivo. É um direito seu. Mas será que essas palestras e aulas são dadas à todo o momento de sua vida, em circunstâncias iguais ou piores? Tenho minhas dúvidas. 

Assim como Rodolffo deve aprender a medir suas palavras e brincadeiras, e simplesmente acabar com essas atitudes quando vir que o outro não gostou, entendo que João também deveria entender que a exposição realizada da forma como foi tem uma repercussão gigantesca. E, queiram ou não, a repercussão recaiu somente sobre Rodolffo e sua atitude naquele instante, sobre aquele ato, e a causa em si passou a ficar em segundo plano.

É importante tratarmos sobre o assunto? Com certeza.

Foi feito da forma correta? Não creio.

O efeito manada não produz bons resultados nesse caso.

Não vejo com bons olhos crucificar pessoas por atos isolados e que efetivamente não têm a ver com racismo e preconceito apenas para validar a causa que, de fato, é extremamente relevante. 

Isso é o que eu penso com as informações que tenho hoje.

Ponto.

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