Que tempos são estes em que cada
um enxerga o que bem entende e o que lhe convém, sempre? Quando parece que certo
e errado mergulharam no escuro e profundo poço da subjetividade, sem previsão de retorno
à superfície?
Quando percebemos que ética e
moral, conceitos e atitudes tão fundamentais à nossa condição humana e social, deixaram de habitar nossas mentes, espíritos e corações, transformando-se em nada mais
do que vagas memórias de um “lugar” distante, resta uma desconcertante conclusão: certamente estamos vivendo
tempos difíceis.
Cada vez mais o caráter da
humanidade torna-se capaz de uma rápida adaptação a toda e qualquer
circunstância, sendo de uma flexibilidade perigosa e aviltante. E tudo isso,
sem deixar indícios de que possua algum constrangimento em não ter a menor vergonha.
Não creio que ainda existam dúvidas
quanto ao que é, de fato, mais importante no mundo atual: ser, ou ter.
Enquanto Deus se transforma cada
vez mais em uma peça decorativa em paredes e adornos de templos, Seu nome vai
sendo utilizado como mola propulsora para o exercício degradante do deboche, da
exploração e da ganância... vide o excesso de dízimos e a proliferação de
pastores e igrejas, além das não menos estarrecedoras “guerras santas”.
A política, que poderia nos levar
a um mundo melhor, foi ferida de morte em algum momento, tendo assumido em seu
lugar algo que, nem de perto, se assemelha com a mais nobre arte e ciência
humana...
Por pessimista, prevejo um futuro
não muito auspicioso. Pressinto uma falta de amor e caridade absorvendo e
envolvendo nossos dias, de forma derradeira e inevitável. A falta de solução para isso, é a solução que não queremos, mas que está posta.
Por otimista, sei que não verei
e nem vivenciarei tudo que ainda está por vir. E sei que isso talvez seja tão somente um pessimismo
disfarçado.
Contudo, careço de tempo para poder
compreender esses tempos em que a fé não move mais montanhas, mas a falta dela,
sim.
Pela existência de uma total ausência de alternativas, tenho
pressa... e, para meu desgosto, me demoro nela.Caine T. Garcia, Bagé/RS - 25/11/14.
Imagem da internet. Google.
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