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segunda-feira, 10 de novembro de 2014

DIFÍCIL ACESSO



Assim como penso ser necessário caminhar em busca de novos horizontes, saindo de nossa zona de conforto e não fugindo aos enfrentamentos cotidianos, também entendo que se faz primordial o descanso, o repouso, o retiro e a reflexão.
Até os maiores e mais poderosos comandantes de exércitos e nações, durante as mais aguerridas batalhas militares ou políticas, necessitam de períodos de trégua e calmaria, de momentos de incólume quietude.
A carga absurda de informações que recebemos nos dias de hoje, praticamente nos exigem respostas quase que imediatas, com considerações inevitavelmente instantâneas. Isso nos furta um pouco – ou muito – o poder de apreciação e de análise.
Por isso, a importância de se respirar um pouco e desacelerar a alma e o coração...de cuidar da mente e também do corpo.
Alguns minutos preciosos de paz são capazes de evitar longos períodos de arrependimento e frustrações. Minimizam a chance de enganos, avaliações e atitudes desnecessárias.
É inarredável a necessidade de rompermos estes ciclos vorazes de notícias, conhecimentos, novidades e dúvidas dos quais somos vítimas em nosso dia a dia. Evitar esse turbilhão de sentimentos que nos assola impiedosamente a todo instante, seja no formato real ou, ainda, na modalidade virtual é um compromisso a ser assumido com nossa integridade física e espiritual. A maioria destas coisas nos afasta de algo que talvez seja o mais essencial em nossas vidas: vivermos como pessoas do bem e em harmonia com o mundo que nos cerca.
A paz de espírito certamente nos remete a um estágio bem mais avançado do nosso ser, onde vislumbramos tudo com mais clareza, mais parcimônia e mais bondade. E aqui me refiro, talvez de maneira não tão óbvia a todos, a uma bondade externada e praticada não somente para com os outros mas, muito especialmente, para conosco, com nossa essência.
Confesso que vislumbro a serenidade, neste nível em que falo, como um momento extremamente raro. Mas garanto que ela existe. E geralmente está ali, nas varandas dos nossos silêncios, sem dizer nada, mas falando tudo aquilo que necessitamos ouvir. Ela transita em nossos corredores da alma e da mente, esperando ser percebida, aguardando um “seja bem-vinda”!
Escalar o nosso eu para vislumbrar o universo do qual fazemos parte, lá do alto de nossas tão “insignificantes” humanidade carnal e evolução espiritual, exige que estejamos despidos das tantas emoções impuras para as quais perdemos batalhas diárias, muitas das vezes, sem nem ao menos lutar.
Este é um processo gratificante, quando efetivamente conseguimos realizá-lo. A vida tem pressa, tem sede de tempo... mas não podemos deixar com que ela nos atropele assim, sem mostrar a mínima resistência. E a grande verdade é que, em muitas das vezes, a maior resistência é não resistir. É deixar fluir, é seguir o curso, contribuindo, agregando, somando, semeando...
Contraditório? Não sei... tenho amigos sábios que afirmam que muitas contradições e problemas talvez estejam tão somente na face emburrada, no olhar mal-humorado e nos ouvidos moucos de quem não faz retiros de si, em si e para si.
Eles sempre dizem que é bom acampar nas planuras da alma... que depois de um trajeto espinhoso, chegar lá vale a pena. Me contam que por lá o dia é sempre lindo e o tempo é sempre bom...
Mal sabem eles que eu já estive lá... e que por várias vezes visitei estes recantos de mim... o problema é que o esquecimento destes caminhos é recorrente.
Não tenho tido oportunidade de debater este assunto com eles, pois toda vez que nos vemos na rua acabamos por marcar um churrasco que jamais se concretiza. Sempre tem algo que atrapalha... até a grama alta já serve de motivo para “azedar” o assado.
...acabou de chegar um e-mail, ao mesmo tempo em que tocava o celular e enquanto e eu me espantava com os valores de algumas faturas mensais...
Vou parar de escrever. Estas já linhas já se tornaram eivadas de impropriedades ou verdades não significativas... o assunto ficou meio utópico e demagógico. Acho que até deprimente. Enquanto descanso, vou aproveitar para dar uma lida em alguns documentos que pautarão a reunião de amanhã.
Ó!!! Parece que me chamaram lá na sala... mas não deve ser algo muito importante... essa piazada tá sempre em função...
...acho que eu tinha parado na página 48... tenho andado sem tempo para visitas ou retiros... ainda mais em lugares de difícil acesso...
Até a próxima!

Caine T. Garcia - 10/11/14.
 

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