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segunda-feira, 1 de julho de 2019

LIVRARIAS E CAFETERIAS


Quando viajo, existem dois locais que procuro sempre, independentemente da localidade em que esteja: livrarias e cafeterias.
Livrarias são um bálsamo: têm o perfume, a aura e o encantamento do saber, do aprendizado, da magia, da viagem, da ousadia, da afirmação e do inesperado. O cheirinho característico das folhas escritas que nelas habitam é simplesmente incomparável e indescritível. Os livros nos abraçam e nos transformam, nos acolhem e nos chocam, nos transportam a outros universos e nos mergulham na realidade.
Eu realmente tenho a sensação de que recebo "chamados" de livrarias (quando falo livrarias estão inclusos sebos e afins). Não raro ando sem "grana" para adquirir novos títulos, mas o prazer de circular numa livraria, estar no ambiente e ver as pessoas aguçando sua curiosidade, enchendo os olhos de alegria, transformando suas faces ao dialogarem sobre seus autores favoritos é realmente muito bom.
As cafeterias também me conferem momentos únicos de prazer: locais charmosos, misteriosos, aconchegantes, acolhedores (nem sempre tudo isso) e que são responsáveis pelo aroma mais gostoso e produto mais viciantes que conheço: o café.
Que dupla imbatível: livraria e cafeteria, livro e café.
Não sei vocês, mas a cada notícia que leio sobre o fechamento de uma livraria ou de uma cafeteria tenho uma dor no coração. São duas trincheiras, dois refúgios inigualáveis para o corpo e para a alma. O ocaso de locais como esses certamente é motivo de muita tristeza para os deuses do prazer, da sapiência, da empatia, da evolução, do conhecimento, da interação, de magia, do universo.
Penso que ao perdermos redutos como esses perdemos também um tanto de nossa humanidade.
Sim, livros e cafés sobreviverão, serão reinventados (já estão sendo), mas há toda uma nostalgia, um clima, uma liturgia que envolvem livrarias e cafeterias. Elas nos levam a rituais que deveriam existir para a eternidade.
Vida longa aos livros (impressos) e ao café (espresso) e seus habitats.
Mais não digo. Por enquanto.


Caine Teixeira Garcia
Imagens Google Internet


 

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