Hoje em dia, vivendo
em mundo totalmente tecnológico e “conectado”, não raro, me vejo preocupado com
o futuro dos livros... Tenho um filho
adolescente e sinto na pele as mudanças que este mundo novo proporcionou: a
casa possui prateleiras repletas de livros, de todos os gêneros e estilos, e eu
noto que ele ainda lê pouco, quase nada... pelo menos, perto daquilo que eu
considero ideal. Nesse caso, me permito dar um “desconto”, porque o meu “ideal”
talvez não seja um bom balizador, afinal.
Ao conversar com
amigos, das mais variadas classes sociais, entendo como notório e inexorável o
fato de que esta, é mesmo, uma tendência: o desinteresse pelos livros...
Poucos jovens estão
desenvolvendo o fascínio pela leitura... quando leem, tem que ser algo que possa ser lido
diretamente no computador, na internet... poucos, nessa nova geração, sentem –
ou querem sentir – o prazer de abrir um livro novo e inalar aquele perfume
maravilhoso que só as obras literárias possuem... acho que somente os mais
antigos (e aqui eu me incluo) ainda alimentam aquela curiosidade de folhear os
livros e perpassar todo o seu conteúdo com uma breve olhadela, imaginando até
onde o texto irá levá-los...
E isso, com
toda a certeza, é um problema grave! A consequência desta falta total de
aptidão à leitura nos têm presenteado, cada vez mais, com textos preguiçosos,
frases totalmente mal redigidas (sem nexo mesmo) e uma infinidade de cópias e
plágios, ainda que inconscientes. A capacidade de raciocínio e de pensamento
parece ser algo do passado.
Pesquisas
e trabalhos de aprofundamento, foram completamente
abandonados... hoje em dia se usa o Google e a tal da Wikipédia que,
invariavelmente, apresenta tentativas de homicídio à verdade, as vezes
realmente consumando o fato.
As
bibliotecas, que antes possuíam aquela aura de sede de conhecimento, aquele
silêncio de sabedoria, hoje servem, quando muito, para um mero ponto de
encontro ou de utilização de Wi-fi.
Quem escreve esses
texto, não é alguém que seria hipócrita a ponto de querer dizer que todos
deveriam ler as grandes obras do maiores escritores brasileiros e mundiais...
não. Eu mesmo, nunca fiz isso. Aliás, possuo um gosto para a leitura que talvez não seja considerado o mais
recomendado.
Mas que seria
bom que ao menos esses jovens de hoje lessem, que conseguissem desenvolver de
alguma forma o apetite e a fome literária, ah, isso seria bom.
Parece que os
colégios, as faculdades e os professores estão à mercê deste mundo novo, que já
está ficando velho...
Por incrível
que pareça, ninguém sabe ainda como lidar com essas transformações, e tal fato
está “parindo”, de forma sistemática, uma juventude um tanto quanto alienada e
deixando os verdadeiros professores e mestres, imersos em um mar de decepção...
falo em “verdadeiros” porque nem todos podem ser assim considerados.
Enfim, com
pesar, tenho lido as repetidas notícias que dão a entender que a morte dos
livros, na forma convencional como os conheci - e que cultuo - é mera questão
de tempo... em breve, talvez, somente os tenhamos em computadores, o que
permitirá um “copiar”- “colar” muito eficiente.
Penso,
sinceramente – e isso não serve de referência – que se trata, tão somente, de
um trabalho intenso de massificação, de aculturamento, de empobrecimento
intelectual e espiritual...
Me resta uma
inconformável conformidade! Se isso acontecer ainda no meu tempo, viverei pelos
sebos, empoeirando a matéria, mas abençoando a alma, evitando “Paulos Coelhos”
e com muitas ânsias de Alcides Maya e afins...
Desculpem
algum erro, não tive tempo de conferir nada no Google...
Caine Teixeira
Garcia
Bagé/RS –
25/08/2014
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