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quarta-feira, 4 de novembro de 2015

A IMINENTE CATÁSTROFE CULTURAL

Todos sabem que sou um defensor dos CTG's, dos movimentos tradicionalistas, ainda que com várias ressalvas. Assim, reforçando essa ideia, afimo que a questão do "tu" e "você", embora pareça um assunto simplório, pode ser vista como um sinônimo de aculturamento. Esse me parece o motivo mais direto e impactante para o fato de que, cada vez menos, tenhamos gaúchos utilizando o "tu". Bobagem?Cito: Bagé, por exemplo, já foi uma cidade de grandes atividades tradicionalistas, com um CTG em cada canto, cada um deles com  invernadas que iam da fase mirim até a xirua, com atividades diversas, onde se disseminava o "tu", em nosso dialeto tão próprio. E hoje? Bom, hoje pouco temos disso, cada vez menos temos essa convivência com nossa cultura e nosso linguajar antes soberano. As pessoas têm acesso às nossas coisas em segundo - ou terceiro - plano. Acabamos com as invernadas, com as domingueiras, com os churrascos em CTG's aos domingos, com os bailes pilchados. Ou seja, deixamos que a cultura externa viesse invadir nossa "praia". Sempre haverá discussão quanto a essa cultura "cetegeana", suas verdades, seus exageros e tudo mais. Mas o fato, é que nossas crianças e jovens são bombardeadas hoje em dia por uma enorme gama de culturas externas e alheias ao que estamos acostumados, que chegam via smartphones, computadores, iphones e sei lá mais o quê. Enquanto isso, não conseguimos construir atrativos suficientes para que eles possam aderir ao que é nosso, para que possam seguir cultuando algo que é lindo e que eu, particularmente, tenho orgulho de saber que é cria destes pagos. Então, na verdade, o "tu" talvez seja somente o começo. Do fim. Assim como o aquecimento global avisa sobre futuras catástrofes climáticas, o abandono do "tu" avisa sobre uma iminente catástrofe cultural




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